– O medo nasce quando esquecemos quem nos guia

Mensagem de Ângela, da Colônia Alvorada Nova – agosto/25

Meus irmãos,

Quantas vezes o medo do futuro nos paralisa. Como se a vida fosse uma estrada escura, cheia de armadilhas, e não conseguíssemos dar o próximo passo sem a sensação de que vamos tropeçar. Eu mesma, quando ainda encarnada, vivi tantas noites insones, imaginando desgraças que nunca se confirmaram… e sofri duplamente: pelo que não aconteceu e pelo que realmente enfrentei sem preparo, pois já estava desgastada pelo medo.

O futuro, para nós, sempre pareceu um enigma. E, na tentativa de decifrá-lo antes da hora, muitos de nós nos afundamos em ansiedade, em previsões sombrias, em preocupações que drenam a alma. É como querer colher frutos antes do tempo da semente germinar. A árvore da vida tem seu ciclo, sua estação. O medo não apressa, apenas exaure.

Jesus, nosso Mestre, sabia das nossas angústias e deixou-nos a resposta clara: “Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu viver.” Que convite libertador! Confiar. Viver o agora. Cuidar do que está ao nosso alcance neste instante.

A Doutrina Espírita amplia esse consolo ao nos revelar que a vida é contínua, que nada se perde, que a lei divina é perfeita. Aquilo que hoje parece um obstáculo intransponível será, amanhã, degrau vencido. O que hoje é dor, será aprendizado. O que hoje é lágrima, será luz. Não há futuro sem Deus, e em Deus não há acaso.

O medo nasce quando esquecemos quem nos guia. Ele se alimenta da ilusão de que estamos sozinhos, de que não teremos forças, de que seremos abandonados à própria sorte. Mas, irmãos, essa não é a verdade. A cada passo, a cada suspiro, há amigos espirituais velando por nós, há lições amorosas nos conduzindo, há a misericórdia infinita do Pai sustentando cada instante.

Por isso, se a preocupação com o amanhã lhe pesa, respire fundo e entregue-se ao presente. Plante agora o bem que puder. Perdoe agora quem precisa. Ame agora, sem reservas. Ore, agora. Cada gesto de hoje é semente de amanhã. O futuro, então, deixa de ser ameaça e se torna promessa, porque nascerá do que semeamos em amor.

Não é fácil, eu sei. Eu mesma, em muitos momentos, tropecei nessa ansiedade. Mas o aprendizado, irmãos, é justamente confiar no que não vemos, segurar a mão de Jesus e andar, mesmo quando a estrada parece escura. Ele nos garante que a luz se acenderá no tempo certo.

Então, acalmemos o coração. Façamos do agora o altar da confiança, e deixemos o amanhã repousar nas mãos de Deus. O futuro não deve ser medo — deve ser fé em movimento.

Com carinho,
Ângela, de Alvorada Nova