De lá pra cá
A necessidade de saber escolher
Queridos amigos encarnados,
É com amor e atenção que me aproximo de vocês, em sua rotina cotidiana tão marcada por informações que chegam de todos os lados, muitas vezes carregadas de ódio, inverdades e polarizações que ferem a paz interior. Vejo o quanto essas energias circulam e se impregnam nos pensamentos, emoções e ações de cada um de vocês, gerando inquietação, medo e desconfiança.
O ódio, meus queridos, não se limita apenas ao ser humano que o sente; ele se propaga como um líquido viscoso, afetando a harmonia de todos ao redor, visível ou invisível. Cada notícia falsa que chega aos seus olhos ou ouvidos atua como uma pequena faísca, inflamando medos, separações e rancores. Quando vocês se deixam dominar por essas vibrações, não estão apenas prejudicando o mundo material — suas sintonias espirituais também sofrem. Espíritos em contato com vocês percebem a densidade emocional que se instala e muitos se afastam, enquanto outros permanecem tentando equilibrar o que se tornou pesado demais.
A polarização, tão presente em pensamentos e grupos, é outra armadilha. Ela cria linhas invisíveis de divisão, levando-os a esquecer que, acima de qualquer diferença, o amor é a única força capaz de curar feridas profundas. A negatividade circula e se reforça enquanto os seres se concentram naquilo que os separa, em vez de nutrirem compreensão e compaixão.
Mas há caminhos de luz, e é deles que desejo falar. Primeiramente, cultivem a atenção e a discrição: nem toda informação merece ser assimilada, comentada ou compartilhada. Perguntem a si mesmos: “Essa notícia promove amor, paz e clareza, ou acrescenta medo, ódio e confusão?” Permitam que sua intuição filtre o que é verdadeiro, o que é útil, e o que pode ser deixado de lado.
Segundo, pratiquem o silêncio interior e o afastamento consciente das discussões inflamadas. Não se trata de ignorar o mundo, mas de não se contaminar com energias que não lhes pertencem. Sejam como rios que correm suavemente, sem represar, sem permitir que detritos poluam suas águas.
Terceiro, fortaleçam o amor e a gratidão nas pequenas ações cotidianas. Cada gesto de cuidado, cada palavra de encorajamento, cada esforço por entender o outro constrói pontes que nem sempre se veem, mas que transformam o ambiente espiritual e material.
Meus queridos, lembrem-se: vocês não estão sozinhos. Espíritos de luz, como eu e muitos que caminham junto a vocês, estão prontos para orientar e sustentar, mas é necessário que escolham conscientemente a harmonia. O mundo será transformado, não pelas discussões inflamadas, mas pela paciência, pelo amor e pela busca da verdade com serenidade.
Sigam atentos, com o coração desperto e a mente serena. A paz não é ausência de conflito, mas a presença de discernimento e amor em cada escolha, em cada pensamento e em cada ato.
Com afeto e cuidado,
Shirley – Trabalhadora na Colônia Alvorada Nova
Zeladora pelas excursões dos internos de Alvorada Nova a seus lares, de quando estavam encarnados, em visitas às suas famílias e entes queridos.
Mensagem de André Luiz
Parentes difíceis
Aceite os parentes difíceis na base da generosidade e da compreensão, na certeza de que as Leis de Deus não nos enlaçam uns com os outros sem causa justa.
O parente-problema é sempre um teste com que se nos examina a evolução espiritual.
Muitas vezes a criatura complicada que se nos agrega à família, traz consigo as marcas de sofrimento ou deficiências que lhe foram impostas por nós mesmos em passadas reencarnações.
Não exija dos familiares diferentes de você um comportamento igual ao seu, porquanto cada um de nós se caracteriza pelas vantagens ou prejuízos que acumulamos na própria alma.
Não tente se descartar dos parentes difíceis com internações desnecessárias em casas de repouso, à custa de dinheiro, porque a desvinculação real virá nos processos da natureza, quando você houver alcançado a quitação dos próprios débitos ante a Vida Maior.
Nas provações e conflitos do lar terrestre, quase sempre, estamos pagando pelo sistema de prestações, certas dívidas contraídas por atacado.
Do livro Sinal Verde, de autoria de André Luiz, pela psicografia de Chico Xavier.
Vivendo o espiritismo
O medo da morte e a certeza da vida
Entre os receios que mais inquietam o coração humano, está o medo da morte. Esse temor, tantas vezes silencioso, nasce do desconhecido, da impressão de que a morte seja o fim de tudo. No entanto, a Doutrina Espírita, desde Allan Kardec, nos ensina que a morte não é aniquilamento, mas passagem.
Em O Livro dos Espíritos, aprendemos que “o Espírito existe antes e depois da vida corporal” (questão 76). A morte, portanto, não é destruição, mas transformação. Como a borboleta que abandona o casulo, também nós, ao deixarmos o corpo, nos libertamos para prosseguir a jornada em outras esferas.
Léon Denis, em sua obra “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”, afirma que a vida futura não é uma simples hipótese, mas uma certeza confirmada pela razão e pela experiência mediúnica. Ele nos convida a compreender que a morte é o grande reencontro, oportunidade de rever afetos e seguir aprendendo em novos degraus evolutivos.
Chico Xavier, pela psicografia luminosa de Emmanuel, tantas vezes nos recordou que “a vida continua”. Esse refrão simples e profundo consola os corações saudosos, oferecendo esperança diante da ausência física. A certeza da sobrevivência do Espírito nos chama à responsabilidade de viver bem o presente, sem desespero diante da finitude do corpo.
Divaldo Franco, inspirado por Joanna de Ângelis, ressalta que o medo da morte diminui quando se cultiva o sentido espiritual da existência. Quem vive em sintonia com os valores da alma compreende que a desencarnação não é inimiga, mas porta de libertação, devolvendo-nos à Pátria verdadeira.
O Espiritismo, assim, não nega a dor das separações, mas ilumina o seu significado. A morte é convite à confiança, à fé raciocinada e à serenidade. Convidados a viver cada dia com amor e consciência, aprendemos que não há motivo para temer: a vida é indestrutível, e a morte, apenas mudança de estado.
Ao lembrarmos disso, o coração encontra paz. O medo dá lugar à esperança. E, enquanto seguimos nossa marcha, podemos repetir com segurança: somos Espíritos imortais, filhos de Deus, destinados à felicidade eterna.
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