Mensagem de Edu, residente na Colônia Alvorada Nova – abril/25
Ninguém cresce sozinho. Ninguém se constrói sem a presença do outro. E, por mais que o mundo lá fora nos desafie, é dentro de casa que nossa verdadeira história se desenha.
Quer saber quem realmente somos? Observe nossa atitude no lar.
Porque, de nada adianta mostrarmos gentileza fora e impaciência dentro. De nada vale o discurso bonito, se as palavras que ecoamos entre quatro paredes são frias, ríspidas, indiferentes. O lar é nosso maior campo de testes.
E, no entanto, quantas vezes deixamos para os de casa apenas os restos do que somos?
Restos de tempo.
Restos de atenção.
Restos de paciência.
Dedicamos o melhor aos de fora e, para quem divide a jornada conosco, oferecemos o cansaço, a intolerância, os gestos automáticos. Mas será que é assim que se constrói uma família?
É hora de virar essa chave.
Se queremos relações mais saudáveis, que comece por nós.
Se desejamos um ambiente de harmonia, que seja nosso esforço a sustentação dessa paz.
Se esperamos respeito, que sejamos os primeiros a praticá-lo.
O que isso significa na prática?
Significa calar uma palavra agressiva, mesmo quando ela está na ponta da língua.
Significa olhar nos olhos, ao invés de responder com pressa.
Significa escutar sem pressa, abraçar sem medo, valorizar sem demora.
Significa tratar nossos familiares não como quem “temos que aturar”, mas como aqueles que Deus nos confiou para aprender e crescer.
Porque, no fim, tudo o que oferecemos volta.
A casa que hoje plantamos será o lar que colheremos amanhã. As palavras que semeamos se transformarão na memória que deixaremos.
E quando esse dia chegar, o que queremos ter construído?
Um campo de ruínas ou um lar onde o amor sobreviveu às tempestades?
A decisão, meu amigo, minha amiga, está nas nossas mãos.
Com carinho,
Edu, desencarnado em 2002, aos 23 anos e morador temporário em Alvorada Nova após algum tempo na Casa de Maria Luiza.