Junho/25

De lá pra cá

Entre raízes e estrelas

Me chamo Álvaro. Desencarnei em 1978, num tempo em que o silêncio era imposto à força, e os olhos do Estado buscavam sombras onde havia apenas passos solitários. Eu não tinha laços com militâncias nem com os companheiros que comigo foram levados naquela noite escura — mas parece que a vida me escolheu para aquela travessia abrupta.

Não guardo mágoas. Ao contrário: agradeço. Não pelo sofrimento, claro, mas pelo que pude enxergar depois do véu da matéria. Antes mesmo de desencarnar, eu já me achegava às fileiras do Consolador Prometido, servindo na câmara de passes da casa espírita “São Pedro e São Paulo”. Foi ali que senti o primeiro sopro de esperança, o primeiro toque real da vida maior.

Logo após o desencarne, experimentei um longo tempo de recolhimento, como se a alma precisasse de silêncio e abrigo para organizar o que sentia. E foi assim que cheguei à Casa de Maria Luiza, esse lar tão terno, onde a transição é envolta em acolhimento, respeito e muito trabalho. Desde então, é aqui que cultivo minha paz — com as mãos na terra e o coração nas alturas.

Meu ofício por aqui é a jardinagem. Parece simples, mas não há nada de pequeno no gesto de cuidar da vida que brota. O que alguns chamariam de “serviço braçal”, para mim é um ato de devoção. Cada muda plantada, cada folha aparada, cada canteiro regado é uma prece viva. Há quem diga que as flores reagem ao amor — eu digo que elas são amor em forma de cor e perfume.

Não estou sozinho. Aqui vivemos como irmãos. Há os mais antigos, mais experientes, e os recém-chegados, ainda com os olhos marejados de saudade. Há médicos, lavadeiras, professores, crianças… A Casa abriga todos os que precisam. Nossa rotina não é leve, mas cheia de sentido. Pela manhã, partilhamos o estudo — sempre o Evangelho de Jesus. À tarde, cada um se dedica ao seu ofício. Alguns cuidam das enfermarias espirituais, outros dos internos, outros ainda da música ou da acolhida.

À noite, sentamo-nos no pátio da casa, onde há bancos simples de madeira e uma figueira frondosa. Conversamos, rimos, às vezes cantamos juntos, e sempre oramos. A prece, aqui, é como o ar: alimenta, limpa, conecta.

A natureza, nesta colônia, é viva de uma forma que não se pode descrever com palavras humanas. As árvores parecem respirar com a gente, e os pássaros não apenas cantam, mas dialogam. Às vezes, observo uma borboleta e me lembro das transformações pelas quais já passei — de lagarta cansada a voo sutil.

Sigo aprendendo. A cada dia descubro que servir é um jeito de amar. E amar é um jeito de se elevar. Mesmo tendo sido vítima da incompreensão de um tempo difícil, não carrego revolta. Compreendi que o Brasil, como todos nós, também está em processo de aprendizado. Carrega o peso da escravidão, da desigualdade, da intolerância… Mas também carrega sementes de compaixão, liberdade e luz.

Se me perguntam se tenho saudades da densidade encarnada, digo que sim — mas não da vida material em si. Tenho saudade de ver um coração se abrindo para a verdade, de ver alguém descobrir o perdão, de ouvir um “obrigado” vindo do fundo da alma. E quando esses gestos acontecem por aí, saibam: nós, daqui, sentimos como se o jardim da Casa de Maria Luiza estivesse florindo mais uma vez.

Com carinho fraterno,
Álvaro
Servidor da natureza e da esperança
Casa de Maria Luiza

Mensagem de Meimei

Ora e confia


… Ora em silêncio e confia em Deus, esperando pela Divina Providência, porque
Deus tem estradas, onde o mundo não tem caminhos…

Se um dia te encontrares em situações tão difíceis que a vida te pareça um
cárcere sem portas;
sob o cerco de perseguidores aparentemente imbatíveis;
sofrendo a conspiração de intrigas domésticas;
na trama de processos obsessivos;
no campo de moléstias consideradas irreversíveis;
no laço de paixões que te conturbem a mente;
debaixo de provas que te induzam à desolação e ao desânimo;
sob a pressão de hábitos infelizes;
em extrema penúria, sem trabalho e sem meios de sobrevivência;
de alma relegada a supremo abandono;
na área de problemas criados pelos entes a que mais ames;
não desesperes.

Ora em Silêncio e confia em Deus, esperando pela Divina Providência, porque
Deus tem estradas, onde o mundo não tem caminhos.

É por isto que a tempestade pode rugir à noite, mas não existem forças na Terra
que impeçam, cada dia a chegada de novo amanhecer.

Livro Amizade, de Meimei, pela psicografia de Chico Xavier

Novidades

A Páscoa da criançada


No sábado, 26/04, o Obreiros da Luz Divina recepcionaram 80 crianças frequentadoras da Escolinha Infantil e das Oficinas do Obreiros com cachorros quentes e refrigerantes para comemorarem a Páscoa. Todas receberam deliciosos Ovos de Páscoa de 300 gramas e sacolinhas de guloseimas.

Obreiros implanta curso para gestantes

No próximo mês de julho, o Obreiros da Luz Divina lançará o primeiro Curso para Gestantes, ministrado pela Dra. Polizzi com o objetivo de orientar as mãezinhas sobre os cuidados com sua saúde durante a gestação e os primeiros cuidados com seus filhinhos. No encerramento do curso, todas receberão um enxoval preparado com capricho pelo MAMA.

Dia das Mães especial em Itanhaém

No sábado 17 de maio o Obreiros da Luz Divina preparou um dia muito especial para homenagear as mães da comunidade da Vila Tanise, em Itanhaém. O evento, que contou com a presença de 110 mães e seus filhinhos, começou com o show do Grupo Musicando, seguido pela emocionante homenagem dos alunos da Escolinha Infantil.

Grupo Musicando abriu o evento em homenagem às mamães.
Sorrisos e lágrimas na emocionante homenagem prestada pelos alunos da Escolinha Infantil.

O Chef Alexandre empenhou-se no preparo de uma deliciosa galinhada para o almoço e, na sequência, foi realizado o tão aguardado Bingo gratuito, com prêmios maravilhosos. Todas as mães receberam presentes.
Foi um dia de muita alegria, em que essas mãezinhas e avós lutadoras sentiram-se bem acolhidas e amadas. Nossa gratidão a todos que viabilizaram essa homenagem tão merecida.

Vivendo o espiritismo

A mediunidade em nosso cotidiano

A mediunidade não é espetáculo, privilégio ou castigo. É condição natural da alma humana, presente em todos nós, ainda que de formas diferentes. Uns a percebem com nitidez, outros a vivem de maneira sutil, quase imperceptível. Mas o fato é: todos somos médiuns em algum grau, porque todos estamos mergulhados no fluido universal, em constante intercâmbio com o plano espiritual — queiramos ou não, saibamos ou não.

Ela se revela na intuição que clareia decisões difíceis, no sonho que conforta, na prece que parece ser respondida com palavras silenciosas dentro de nós. Como ensina André Luiz, a mediunidade é uma ponte de duas mãos: não apenas recebemos, mas também influenciamos o mundo invisível com nossos pensamentos, sentimentos e escolhas.

Vivemos imersos num campo vibratório onde ideias, emoções e intenções circulam. Zalmino Zimmermann explica que a mediunidade se manifesta na medida em que o médium — ou seja, todos nós, em alguma medida — entra em sintonia com esse campo. Por isso, muitas de nossas atitudes diárias já são, em si, experiências mediúnicas, mesmo sem darmos esse nome.

Ao atendermos alguém com escuta sincera, muitas vezes captamos, sem saber, as dores mais profundas que as palavras não alcançam. Há médiuns que veem ou ouvem; outros apenas “sentem” o outro, como uma antena viva da dor alheia. A vida cotidiana está cheia desses encontros silenciosos. Cada pessoa que cruza nosso dia pode ser um convite à caridade, à vigilância e ao equilíbrio.

Nas filas, no trânsito, no ambiente de trabalho, somos constantemente chamados ao exercício da disciplina mental e emocional. André Luiz mostra que os desequilíbrios interiores atraem entidades perturbadas, que encontram ressonância em nossas vibrações. Por outro lado, a prece, o bom ânimo e o desejo sincero de ajudar criam um campo de proteção, favorecendo a ação dos benfeitores espirituais — mesmo nas situações mais simples da rotina.

Viver a mediunidade no dia a dia é, antes de tudo, desenvolver sensibilidade espiritual. É olhar além da aparência, percebendo que há mais entre o céu e a Terra do que cabe nos cinco sentidos. É agir com mais responsabilidade, sabendo que nossas escolhas influenciam o ambiente espiritual ao nosso redor. E é, sobretudo, um convite à reforma íntima — porque só com o coração mais limpo é possível captar mensagens mais elevadas.

Zalmino Zimmermann reforça que a mediunidade bem orientada exige estudo constante e profunda ética. No cotidiano, isso se traduz em cuidado com o que pensamos, dizemos e fazemos. A mediunidade não se limita ao centro espírita. Ela se prolonga nas relações familiares, nas conversas com amigos, nas decisões profissionais. Onde há vida, há intercâmbio. Onde há sintonia, há comunicação.

Talvez o maior desafio seja reconhecer que não existe separação entre a “vida espiritual” e a “vida comum”. O cotidiano é o nosso templo. E cada gesto de compreensão, cada escolha por reagir com paciência, cada palavra que semeia paz — tudo isso é mediunidade vivida de forma ativa, elevada e transformadora. Porque, afinal, ser médium é simplesmente ser humano em sintonia com o invisível que nos cerca.

Aniversariantes de junho

Classificados

Goiabinhas Mama Thereza

Thereza de Medeiros (cooperadora aos domingos). Deliciosas goiabinhas artesanais direto da cozinha da mãe Thereza. WhatsApp: 11 98107-9123.

Tratamento de feridas

Enfermeira Maria Camoiço (cooperadora aos domingos). Especialista em Feridas, Podiatria e Estomias. Instagram: @maxuquei_7 WhatsApp: 11 97061-7742.

Acupuntura em domicílio

Fernando Yonezawa (marido da Carol das segundas). Tratamento de dor, ansiedade, depressão, estresse etc. WhatsApp: 11 98309-9197.

Consultoria em autorrelacionamento e autocomunicação

Marcus Guarnier (cooperador aos domingos). Precisando conversar? Organizar pensamentos? Serenar emoções? Posso ajudar. Bastante. www.marcusguarnier.com.br

Delícias árabes e salgadinhos

Gilda Nahas Cecílio (cooperadora às 2a.f). Charutinho de folha de uva, esfihas, pizza frita, coxinhas, risoles, croquetes e diversos outros salgadinhos caprichados. WhatsApp 11 97216-8541.

Farmácia de manipulação

João Lobo (cooperador às 5as. feiras). Casa das Fórmulas. www.casadasformulas.com.br WhatsApp 11 97065-7667

Solidariedade

Nossa agenda

Fluidoterapia

Evangelho

Financeiro

NOTA: Se você tiver alguma dúvida, sugestão ou comentário, por favor, entre em contato com a Tesouraria através do Whatsapp 11 99467.0042. Muito obrigada.