Mensagem de Marcos Sá, da Casa de Maria Luiza – junho/25
Filhos e filhas da esperança,
Permitam-me um instante de sua atenção, com o carinho de quem os observa há tempos com ternura e respeito.
Hoje quero lhes falar com o coração aberto, sobre os momentos em que a fé vacila. Sim, aqueles instantes em que o coração se encolhe, o pensamento se turva, e a alma, ainda que desejosa de crer, sente-se fraca… como se a luz estivesse longe demais.
Sei que vocês desejam confiar. E confiam. Mas a vida, às vezes, exige mais do que se imaginava suportar. E é aí que a fé parece hesitar — não porque seja pequena, mas porque o coração está cansado.
E então surgem os “porquês”, os “até quando”, os “será que vale a pena?”. Palavras não ditas em voz alta, mas sussurradas na alma, em horas silenciosas.
Filhos, quero que saibam: isso é humano. E não diminui sua luz. Ao contrário, mostra o quanto vocês desejam permanecer firmes, mesmo quando tudo parece balançar.
Do lado de cá, onde sirvo desde 1968 na querida Casa de Maria Luiza, vemos com frequência irmãos e irmãs que chegam com essas mesmas marcas da alma — fé abalada, esperança ferida. Mas, sabem? Em todos eles, o brilho ainda está ali. Às vezes fraco, quase imperceptível… mas está.
E sabem o que mais vemos? Que foi justamente esse período de fé oscilante que os levou a um passo mais profundo. Porque quando tudo escurece por fora, a luz verdadeira começa a acender por dentro.
Filhos, a fé não é ausência de dúvidas. A fé é seguir, mesmo com elas.
Não se culpem se, por vezes, sentirem-se fracos. Sejam gentis consigo mesmos. Jesus jamais exigiu fé perfeita, mas ofereceu amor completo. Ele acolheu Tomé. Ele consolou Pedro. Ele compreendeu todos os que fraquejaram.
E assim faz conosco até hoje.
Quando a fé vacilar, não se afastem. Não se escondam. Fiquem quietinhos, se for preciso, mas de mãos dadas com o bem. Porque nesses momentos, nós — sim, nós — nos aproximamos mais.
E dizemos, ainda que em silêncio:
“Coragem, filho. Estamos aqui. E isso também vai passar.”
Com ternura, luz e gratidão por suas caminhadas, mesmo trêmulas, mas sempre sinceras, Marcos Sá, um Amigo na Casa de Maria Luiza