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– Relacionamentos seguros

Mensagem de Rita de Cássia, estagiária na Casa Transitória de Maria Luiza

Outubro, 2025.

Queridos irmãos e irmãs,

Tenho pensado muito sobre o que significa sentir-se seguro em um relacionamento — seja ele de amizade, de amor, de convivência familiar ou mesmo entre companheiros de jornada espiritual. Às vezes, parece que todos buscamos a mesma coisa: um lugar onde possamos descansar o coração sem medo de sermos julgados, criticados ou comparados. Um espaço onde possamos ser quem realmente somos.

Mas a verdade é que, em muitos momentos, a insegurança nasce das cobranças que fazemos e das expectativas que alimentamos. Esperamos que o outro nos entenda sempre, que o outro nos ame da forma exata que precisamos, que o outro nunca falhe. E quando isso não acontece, nos decepcionamos, esquecendo que o outro também está aprendendo, também está em construção — assim como nós.

Relacionamentos seguros não se fazem da perfeição, mas da compreensão.

São construídos aos poucos, com gestos simples, com o cuidado de ouvir antes de reagir, de aceitar antes de exigir. Um relacionamento é seguro quando podemos dizer “não estou bem hoje” e ainda assim sermos acolhidos.
É seguro quando há espaço para o silêncio, sem desconfiança. Quando há liberdade para ser, sem medo de ser menos amado.

Aprendo todos os dias, aqui na Casa de Maria Luiza, que amar é permitir que o outro seja o que é, e não o que gostaríamos que fosse. Amar é reconhecer que cada pessoa tem seu próprio tempo de amadurecer, suas próprias dores, e que Deus conduz esse processo com infinita paciência.

Talvez, o primeiro passo para construirmos relações verdadeiras seja deixar de tentar controlar o outro e começar a cuidar da nossa própria luz. Quando aprendemos a viver com mais leveza, sem cobranças, sem imposições, o amor floresce naturalmente. E é nesse florescimento que o outro encontra segurança em nós — não porque somos perfeitos, mas porque somos sinceros, pacientes e dispostos a compreender.

Se o mundo carece de amor, talvez seja porque ainda não aprendemos a amar sem exigir retorno.

Que possamos, nesta nova semana, cultivar relações que sejam abrigo, onde a ternura não seja exceção, mas regra. Que sejamos porto e não tempestade; compreensão e não julgamento; mãos que amparam, e não dedos que apontam.

E que, na doçura de Jesus, encontremos o equilíbrio para amar como Ele amou: sem pressa, sem medo e sem condições.