Mensagem de Décio, residente na Colônia Alvorada Nova – junho/25
Filhos e filhas tão queridos,
Hoje me aproximo em pensamento, como sempre faço, não apenas para lhes falar, mas para lhes sentir. Porque cada vez que um de vocês se dirige ao Grupo de Orações, buscando luz, paz, consolo ou força, nós estamos aqui, em sintonia, atentos e presentes como irmãos mais velhos em amor e aprendizado.
E nesta semana, desejamos lhes recordar um gesto tão simples quanto grandioso: deixar pra lá.
Sim, filhos, deixar pra lá.
Não se trata de indiferença ou de fazer pouco das dores ou dos desafios. Tampouco é aceitar injustiças ou calar diante do mal. É algo mais sutil e mais sábio: é não aprisionar o coração em tudo o que acontece. A maior parte das situações que nos incomodam no cotidiano são como folhas secas sopradas pelo vento. Fazem barulho, causam agitação, mas não têm peso real. Só nos machucam quando decidimos guardá-las dentro.
Vocês já perceberam quanto esforço se perde tentando vencer uma discussão que não precisa existir? Ou quanta energia se gasta alimentando uma mágoa que o tempo já quis levar? Quantas noites mal dormidas por palavras que não precisavam ecoar tanto na alma?
Pois o Espírito, quando desperto em Jesus, aprende a escolher melhor: o que vale guardar e o que já pode ser deixado no caminho. Como quem caminha pela estrada e, ao perceber uma pedra pequena no sapato, simplesmente a retira e segue em paz.
“Deixar pra lá” pode ser um bálsamo para a mente, que se cansa menos. Um remédio para o coração, que bate com mais leveza. E até um alívio para o corpo, que adoece menos quando a alma não se sobrecarrega com tantas miudezas.
Filhos, é preciso distinguir o que precisa ser transformado e o que apenas pede que sigamos em frente. Quando algo nos fere, antes de reagir, perguntem ao coração: Isso merece mesmo ocupar tanto espaço dentro de mim?
Em geral, a resposta virá suave, quase num sussurro da consciência: não vale a pena. E nessa hora, o Espírito se eleva, porque entendeu que viver é mais importante do que vencer; que paz vale mais do que razão; e que seguir adiante, de coração limpo, é uma forma silenciosa de servir a Deus.
Deixar pra lá é, muitas vezes, deixar para o Alto. E o Alto cuida melhor do que nós.
Recebam nosso carinho, nosso abraço de luz, e caminhem confiantes. Estamos com vocês. Sempre.
Com ternura e amor,
Décio, estagiário na Colônia Alvorada Nova