Mensagem de Florinda, cooperadora na Casa de Maria Luiza – julho/22
Me realizei no dia em que José Moura me convidou para participar das vivências no Grupo de Orações.
Ele me disse: – É uma pequena Casa, leal e ordeira, onde todos se empenham muito em fazer o melhor. Tem lá suas dificuldades, mas a intenção é pelo bem!
Já estava em Casa de Maria Luiza fazia 4 anos e 3 meses e contribuía com pequenas tarefas, especialmente junto àqueles que iniciavam os períodos de vigília após o sono reparador e de adaptação após o reingresso.
E naquela 5ª feira, tardinha sobre a cidade, na companhia de José Moura, seguimos com Meia Noite, coordenador dos trabalhos e outro tanto de gente da Casa de Maria Luiza e de outras casas transitórias e colônias que também ali trabalhavam.
Quando chegamos, ainda não havia nenhum encarnado, mas a concentração e as filas de desencarnados já eram bem respeitáveis.
José Moura me orientou a ajudar na recepção. Amei a vibração, o lugar e a tarefa!!!
Começamos a acolher um pequeno grupo que estava na calçada, tímidos e necessitados. Organizamos a fila e José Moura autorizou que começassem a entrar.
Nossa! A carinha de cada um, o olhar… era a expressão de salvamento. Como me fez bem, como encheu minha vida estar ali, cuidando daqueles que se sentiam perdidos e que, agora, acolhidos, pareciam ter se encontrado, ter encontrado algo que buscavam.
Desde aquela 5ª feira de outono de 2003 tenho ido ao Grupo de Orações. Todas 5as feiras. Algumas coisas mudaram no Grupo de Orações, afinal, a vida é dinâmica e clama progresso. Mas, a carinha daqueles que coloco na fila, cuido para que haja ordem e respeito, isso não mudou e, a cada semana, me enchem de vida.
Florinda
Moradora na Casa de Maria Luiza desde finais de 1998.