– Mensagem de Dinorah, espírito em preparação para nova reencarnação em Alvorada Nova – agosto/25
Meus irmãos,
Fui Dinorah, uma mulher que viveu mais de setenta anos encarnada. Mas digo a vocês, com toda a sinceridade: foram anos mal vividos. Anos de desperdício. Eu não enxergava nada além do meu próprio umbigo. Ocupava-me das aparências, preocupada com o que diziam de mim, desejosa de reconhecimento que nunca veio, mendigando elogios, vivendo de ilusões.
Enquanto isso, deixava de lado o que de fato importa: servir, amar, cuidar. Desprezei a essência e me vesti de vaidades. Fui ingrata tantas vezes, egoísta sempre.
O resultado? Após o desencarne, quando pensei que encontraria descanso, encontrei apenas o reflexo de minhas escolhas. Foram quarenta e três anos em zonas de aflição, presa em círculos de dor e vícios mentais que eu mesma construí. Ah, meus irmãos, não desejo a ninguém aquele tormento: a angústia de ver, tarde demais, tudo o que deixei de fazer… e sentir que o tempo se esvaiu em minhas mãos.
Não fossem as preces de minha mãe, minha querida Olinda, que já me esperava do outro lado com paciência infinita, talvez eu ainda estivesse perdida. Foi ela, com seu amor incansável, que intercedeu por mim. Resgatada por seus pedidos, fui levada à Casa Transitória Reconforto, onde comecei a ser cuidada, reerguida, pouco a pouco.
Depois de sessenta e quatro anos desencarnada, sigo em Alvorada Nova, preparando-me para uma nova encarnação. Reaprendo o valor da humildade, da simplicidade, da atenção ao outro. Mas não sem carregar os pesados prejuízos das escolhas que fiz pela ilusão. Quanto despreparo! Quanta arrogância! Quanto egoísmo!
É por isso que lhes escrevo, com coração aberto: não façam como eu. Não esperem o desencarne para descobrir o que já sabem. Não troquem o essencial pelo supérfluo. Não gastem as forças com o que é sombra, deixando de lado a luz que podem acender em si e nos outros.
O tempo na Terra é breve, mas precioso. É oportunidade única de amar, servir, estender a mão, aprender com humildade. A vida não é palco de aparências, é oficina de eternidade.
Não mergulhem em águas fúnebres de egoísmo e vaidade, como eu mergulhei. Elas apenas levam à angústia sem fim. Façam da vida encarnada uma chance de libertação. Amem mais. Sirvam mais. Perdoem mais. Vivam com mais verdade.
Deixo aqui o testemunho de quem errou demais… mas ainda encontrou braços amorosos que me ergueram. Que a misericórdia de Deus lhes inspire o coração, para que cada um faça, agora, o que mais importa: transformar-se para melhor.
Com arrependimento sincero e esperança renovada,
Dinorah