Janeiro/24

De lá pra cá

Fios de cores iluminados

Me encontrava com tanta saudade de minha gente… sentia doer. Tinha dor de saudades.

Um câncer de mamas me subtraíra bem cedo da vida. Duas meninas lindas e espertas que gozavam a infância e, em sete meses, já não as tinha mais ao alcance dos meus braços.

Meu marido havia me machucado bastante com uma traição boba e nada inocente e, no meio da doença, nem sei se o perdoei ou negociei uma trégua por conta de tantas consultas, exames e internações e a necessidade de estar com alguém.

Existe um certo branco em minhas memórias. O que me lembro é de estar no hospital. Na última internação fiquei por mais de sessenta dias na Beneficência Portuguesa e, depois desse tempo, não lembro, ainda, claro o que aconteceu. Não tinha noção que havia morrido.   

Buscava o quarto em que me encontrava e lá permanecia a maior parte do tempo, mesmo que ocupado por outras pessoas. Gente que não conhecia. Alguns enfermeiros sim, mas, os médicos, também não.

Um dia desses, que sei lá qual, havia um senhor adoentado. A esposa o acompanhava de perto. Os filhos os visitavam e outras pessoas, também. Sérgio era o nome dele. Sem precisão de tempo, um dia apareceu no “meu” quarto um grupo de quatro pessoas. Um tal de Sr. Milton, assim o chamavam. Estava com ele o que me pareceu sua esposa, uma moça bem magrinha e um moço rechonchudo e sorridente.

Pensei: “Como alguém pode vir visitar um doente e sorrir?!”

Após algumas pequenas trocas de palavras amáveis e leves, o tal moço larguinho convidou a todos para uma prece.  Formaram um meio círculo em torno da cama do Sérgio e aquele que havia proposto, começou a falar. Nesse exato momento, o quarto se encheu de luz. Eram luzes de todas as cores, fios de luzes. Nunca tinha visto. Um perfume de éter exalou por todo o ambiente e escutei música. Fiquei mesmo impressionado com tudo aquilo. Quanto durou? Nem imagino e quando foi registrado um “graças a Deus!” tudo, por mágica, desapareceu.

Ofereceram um pouco de água ao doente e eu vi, água verde. Verde forte. A água estava verde forte entrando boca adentro.

Algo havia acontecido. Tudo parecia leve. Gostoso demais estar ali. Aquelas cenas me emocionaram. Logo, aquelas pessoas se despediram e em impulso corri atrás, antes que a porta do “meu” quarto se fechasse. Fui atrás daquela gente. Que ainda sorriam. Não apenas o gordinho, mas, todos estavam contentes. Descemos de elevador, saímos do prédio e alcançamos a rua. Estava como que magnetizada por aquele grupo. Dois desceram a rua, um deles era o que chamavam de “seu” Milton, e os outros dois atravessaram a rua e entraram em um carro. Entrei junto, apertada. Que estava fazendo? Nem pensei. Me deixei levar.

Entre ruas e manobras, a conversa era cordial e tratavam que a doutrina diz isso, falaram em um tal de Kardec que me parecia o chefe deles e um outro, Chico, que parecia ser um anjo de bondade.

Eu estava estranhamente bem. Estranhamente bem!

Parecia tudo uma loucura, uma loucura boa.

Quando paramos, paramos de frente a uma casa simples em uma rua com iluminação reduzida. Portão baixo, piso de ladrilho vermelho. Cafona, pensei.

Ao entrarmos, comecei a perceber uma multidão. Não dava para explicar a quantidade de pessoas que ali se encontravam. Algumas pareciam atravessar outras. Confusão.

Logo, no entanto, um senhor me chamou pelo nome!

Pelo nome!

Um misto de admiração e segurança, conforto e bem-estar me envolveu.

Deixe-me explicar algo. No hospital eu usava aqueles aventais deles, que fecham pela frente, abertos nas costas. O avental que usava tinha uma mancha de sangue na altura da minha mama esquerda. Aquele senhor me trouxe um avental limpo, diferente do que usava. Era um verde bem claro e vesti pela cabeça e me cobriu toda, favorecendo retirar o avental sujo com discrição.

Esse senhor se identificou pelo nome de Robson e me disse que eu tinha me curado do câncer e não estava mais doente. Comentou que a cura veio com o perdão ao meu marido. Perdão? E me convidou a acompanhá-lo até o fundo da casa onde havia um salão, para que eu acompanhasse o Evangelho. Anotou que o Evangelho era um culto e me faria muito bem.

Estava em transe. Seguia as orientações, cruzava com pessoas que se abraçavam, sorriam (olha o sorriso de novo aqui), conversavam animadamente.

Sentamos todos e aquela moça magrinha falou umas palavras iniciais. A luz tinha sido reduzida, havia uma música gostosa e terna envolvendo o ambiente. Não consegui acompanhar tudo o que a moça falou. Me sentia deslumbrada.

Acenderam as luzes e a moça chamou Emidio para a frente. E lá foi um senhor, assim de uns sessenta e poucos anos, que tomou o microfone e começou a falar sobre o poder da prece.

Meu Deus! Estava em uma igreja! Quantos anos que eu não frequentava uma igreja. Fiquei meio inquieta e Robson, ao meu lado, me tranquilizou e serenei um tanto.

Apagaram as luzes novamente e uma jovem senhora tomou o microfone e começou a orar! Nossa! As mesmas cores, os mesmos fios de cores que surgiram no “meu” quarto, apareceram novamente. Muitos fios de cores, de luzes coloridas. Se movimentavam rápido demais, deixando rabiscos por onde passavam.

Neste momento me lembrei de minhas filhas: Brenda e Beatrice. Não me contive e chorei. Chorei, chorei e chorei. Muito. De saudades, de tristeza, de “as quero muito”.

Mais uma vez, Robson ao meu lado, me incentivou à emoção. E chorei mais ainda! Sem dó, nem piedade.

Nem percebi que alguém havia substituído a moça das cores e luzes. Acenderam as lâmpadas. Tudo bem iluminado. Menos em meu coração. Em minha mente.

Robson, sempre ele, me amparou dizendo que tudo a seu tempo. Que me acalmasse por agora, que seria levada para uma casa transitória e muito seria esclarecido. Ponderou que eu precisava participar do tal Evangelho para ter o visto de entrada na tal casa.

E, assim, foi como eu fui demitida do mundo, deste mundo e admitida na Casa de Maria Luiza.

Tenho tanto para contar. Mas agora me pedem para me acalmar. Sim, ainda sou ansiosa. Leva tempo. E, sempre, sempre mesmo, venho naquela casa, que não tem mais portão de grade baixa e sim um muro grande, para participar dos Evangelhos e ver e sentir os fios de cores iluminadas.

Ah! Consegui trazer Brenda para essa casa. Ela, o marido e meu neto, Ivan. Quem sabe conto isso em outro dia.

Dinorah. Moradora de Maria Luiza há 23 anos.

Mensagem de Emmanuel

Com o nascimento de Jesus, há como que uma comunhão direta do Céu com a Terra. Estranhas e admiráveis revelações perfumam as almas e o Enviado oferece aos seres humanos toda a grandeza do seu amor, da sua sabedoria e da sua misericórdia.

Aos corações abre-se nova torrente de esperanças e a Humanidade, na Manjedoura, no Tabor e no Calvário, sente as manifestações da vida celeste, sublime em sua gloriosa espiritualidade.

Com o tesouro dos seus exemplos e das suas palavras, deixa o Mestre entre os homens a sua Boa-Nova. O Evangelho do Cristo é o transunto de todas as filosofias que procuram aprimorar o espírito, norteando-lhe a vida e as aspirações.

Jesus foi a manifestação do amor de Deus, a personificação de sua bondade infinita.

Emmanuel / Chico Xavier – Antologia Mediúnica do Natal

Novidades

A união e o amor em ação tudo alcançam

Era 13 de novembro quando foi dado o pontapé inicial da Campanha de Natal. A meta era levar alegria a 286 famílias da Vila Tanise, em Itanhaém. Começa a arrecadação dos alimentos necessários para prepararmos, como sempre, cestas muito caprichadas. O prazo limite para arrecadação era 13 de dezembro e o ritmo de arrecadação começou lento. Normal, avaliamos, já que na última semana a arrecadação costuma acelerar e batermos a meta. Neste ano, porém, foi diferente. No dia 5 de dezembro, a poucos dias do final, havíamos arrecadado apenas 14% da meta. Dia 13 de dezembro, apenas 39%!

Não podíamos frustrar a expectativa de tantas pessoas que contavam com as cestas para terem uma mesa farta no Natal. Foi quando a grande mobilização começou. Do lado de cá e do lado de lá da vida! E na última semana começaram a chegar transferências bancárias de toda parte. Algumas bastante volumosas! Resultado: fomos às compras do que faltava com R$ 62.955,04 em doações.

Não apenas completamos as 286 cestas oficiais, mas conseguimos montar mais 135 cestas extras. No total, foram 421 famílias beneficiadas. Uma benção para elas e para todos nós que participamos desse movimento amoroso.

Ano que vem tem mais!

Evangelho de Natal foi mágico

O Evangelho de Natal é um dos momentos mais esperados e uma tradição cultivada com carinho em nosso Grupo. A psicosfera, ainda mais elevada nessa época, dulcifica nossos corações e favorece a determinação de colocarmos em prática, no dia a dia, a generosidade e leveza de sentimentos que brota nesses dias de Natal. Afinal, Jesus encarnou entre nós para ensinar uma nova ética, que se expressa através do amor ao próximo. Amor em ação, claro.

No dia 21 de dezembro a casa estava lotada. Em cada rosto, a alegria. Repartimos o pão – literalmente – e recebemos uma mensagem impressa para nos lembrarmos no dia a dia de Jesus. Um folhetinho para ser fixado na porta da geladeira, que tal? Afinal, as palavras de Jesus são o alimento da alma.

Aqueles que não conseguiram participar desse banquete espiritual, podem agora assistir a gravação.

Momento de confraternização entre os cooperadores

Durante o ano todo nossa convivência é limitada àqueles companheiros que disfrutam conosco da cooperação em determinado dia. Ainda assim, na maioria dos casos, não sobra espaço para conversas mais pessoais para nos conhecermos melhor. É no encontro da Confraternização dos Cooperadores, em clima de alegria e descontração, que temos a oportunidade de conhecer melhor amigos muito especiais.

E foi assim a confraternização deste ano.


Vô Bento muda atendimentos para os domingos

A novidade passa a valer a partir de 7 de janeiro/24, com cinco atendimentos por domingo. Outra mudança é que não haverá mais agendamento para o Diálogo Fraterno, passando a ser por ordem de chegada. Os interessados devem se identificar na recepção na hora da chegada, para que seu nome seja colocado na lista. Os atendimentos ocorrerão após o Evangelho, que já se caracteriza como o início da assistência.

Sábados passam a oferecer Atendimento Fraterno

Serão dois atendimentos por sábado, a partir de 6 de janeiro/24, realizados por um médium por inspiração, após o Evangelho. Da mesma forma que ocorre com o Diálogo Fraterno, os atendimentos serão por ordem de chegada.

Prefeitura aprova isenção do IPTU para o GOAC

No início de abril de 2022, fomos surpreendidos por uma revisão do IPTU pela prefeitura, que passou a ser de R$ 34.579,00 anuais. Além de ser insustentável para nossas finanças, o valor mostrava-se muito acima da média dos imóveis de Campo Belo. Começava aí uma grande força tarefa para reverter a situação. Na pesquisa de legislação, identificamos que dois meses antes havia sido aprovada uma Emenda Constitucional estendia para templos religiosos locatários o benefício da isenção de IPTU. Mas o contrato não estava em nome do GOAC. Os meses seguintes foram de cautelosa negociação com a proprietária do imóvel e, concluída essa fase, vencer a burocracia da Prefeitura para nosso pleito.

A boa notícia chegou no início de dezembro de 2023, como um verdadeiro presente de Natal para o nosso grupo. O GOAC está isento do pagamento do IPTU!

Nosso agradecimento ao Dr. Emygdio, que coordenou os trabalhos, e a todos que participaram dessa conquista.

Refeição Solidária supera expectativas

Todos sabemos como é desafiador consolidar uma ação social. Não apenas pelo esforço de arrecadação de recursos, mas também pelo engajamento de voluntários em número suficiente para fazer avançar os objetivos propostos. Podemos dizer, com segurança, que o programa Refeição Solidária superou as melhores expectativas.

Lançado em 30/06/23, o programa já conta com 31 voluntários, que cuidam das compras, preparação das refeições e entrega a moradores em situação de rua. Distribuiu em 2023, 910 refeições e um carinho de 500 mini hambúrgueres com água e mini refrigerantes, e às vésperas do Natal, cada refeição foi acompanhada por dois bombons Sonho de Valsa e um panetone individual. Tudo feito com muito amor e alegria.

MAMA amparou mais de 4.000 gestantes

Fundado em maio de 2015, e liderado com amorosidade, disciplina e capricho pela mãe Thereza, o MAMA completou em 2023 mais de 4.000 enxovais distribuídos a gestantes em situação financeira difícil.

Dezenas de voluntárias participam da confecção de mantas, casaquinhos, sapatinhos. toalhas e cobertores. Com a divulgação do MAMA através das lives de Mônica Medeiros da Casa do Consolador, a ajuda tem chegado de vários estados do Brasil e até de outros países.

Mãezinhas que fizeram a terceira turma do Curso de Gestantes da comunidade Vietnã pela Casa do Consolador. Na conclusão do curso, receberam felizes o enxoval do MAMA .

S.O.S. Amiguinhos Peludos dá pontapé inicial

No final de novembro de 2023 nossa casa lançou mais uma obra social, desta vez voltada aos nossos irmãozinhos menores, cães e gatos resgatados em situação de risco. Em plena campanha de Natal, como era de se esperar, a arrecadação de ração foi baixa e o Grupo reforçou com a transferência de R$ 1.000,00.

Nesse primeiro mês, o projeto ajudou quatro protetoras, Olga, Neide, Ana e Teresa Cristina, responsáveis por 276 animais, com 310 quilos de ração.

Uma benção poder alimentar esses lindos amiguinhos peludos, não é? Vamos dar uma força para garantir o alimento nos próximos meses? Juntos nessa?

Star+ lança minissérie sobre Chico Xavier

Com direção de Wagner de Assis, o documentário Chico Xavier, a série (2023) é apresentado em 6 episódios que nos conduzem pela jornada do amor, disciplina e resignação do nosso querido Chico. Está disponível para os assinantes do streaming Star+.

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