– Todos temos chance de recomeçar

Mensagem de Luna, residente na Casa de Maria Luiza – março/25

Queridos amigos do caminho,

Sou Luna. Há algum tempo, não imaginaria que um dia poderia me dirigir a vocês desta forma. Quem me conheceu nos anos efêmeros da minha última existência mal poderia supor que um dia eu buscaria comunicar algo além do prazer, da aparência e da ilusão. Mas as Leis Divinas são sábias e justas, e, na paciência do tempo e no trabalho amoroso daqueles que nunca nos abandonam, fui sendo resgatada de mim mesma.

Minha história não difere de tantas outras. Cresci cercada por facilidades e permissividades. Meus pais me amaram imensamente, mas não me ofereceram a disciplina e a estrutura que me fariam entender o real sentido da vida. Vi na liberdade sem limites um salvo-conduto para meus desejos, e vivi apenas para mim, sem notar que, a cada escolha egoísta, feri a mim mesma e a tantos outros. No desvario de meus anos jovens, fiz escolhas que, vistas daqui, me causam um aperto na alma. Enganei, usei, descartei. Desprezei o dom sagrado da maternidade, por duas vezes neguei a vida, e quando a minha foi ceifada, vítima da mesma violência que tantas vezes acreditei estar distante de mim, eu sequer compreendi o que estava acontecendo.

Despertei em um ambiente muito semelhante ao que eu sempre conhecera. Mas sem os prazeres efêmeros, sem as companhias interesseiras, sem os artifícios que camuflavam minha solidão. Ali, em dor profunda, compreendi o que plantara. Minha alma estava em carne viva, mas meu orgulho não permitia que eu me entregasse. Foram longos anos de resistência, de dor e de revolta, até que uma voz familiar soasse: minha avó materna, que sempre me alertara em vida, agora me chamava. E, junto dela, um espírito a quem eu negara a oportunidade de nascer me estendia as mãos. Como pode, pensei, alguém que eu reneguei desejar me ajudar? Mas ali estava a Justiça de Deus, que é sempre amor e recomeço.

O resgate foi longo, o tratamento, intenso. Foram quinze anos de reconstrução interna, de aprendizado, de enfrentar tudo aquilo que eu jamais quis encarar. Mas, pela misericórdia divina, fui acolhida na Casa de Maria Luiza, onde pude reencontrar a mim mesma. E foi ali que conheci a bondade e a firmeza de Pai José, cuja intercessão foi fundamental para minha recuperação. Ele, que hoje atende no Diálogo Fraterno do Grupo de Orações, estendeu-me sua sabedoria e seu amor, ajudando-me a compreender que a redenção é um caminho de esforço e entrega.

Nos últimos anos, tenho aprendido sobre o amor verdadeiro, sobre a responsabilidade de nossas escolhas e sobre a grandeza da oportunidade reencarnatória. Hoje, atuo no atendimento fraterno da Casa, auxiliando aqueles que, como eu, chegam feridos, confusos e perdidos. E, estudo com afinco para passar a integrar a equipe de vanguardistas que ajudam no Diálogo Fraterno do Grupo de Orações.

Se algo posso compartilhar com vocês, é que a Justiça Divina nunca falha, mas jamais se separa da misericórdia. Nenhuma dor é em vão, nenhum erro é irreparável. Todos temos chance de recomeçar. Se ainda estás na carne, usa-a com sabedoria. Se tropeças, levanta-te. Se erras, refaz o caminho. E, sobretudo, não desprezes os que te alertam e te amam, pois um dia, no outro lado da vida, são essas vozes que te guiarão de volta para casa.

Com carinho e gratidão,

Luna

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